Ao passo que não é o tipo mais prático, nem o mais realista, visionário ou inovador, o ENTJ definitivamente pode ser visto como um concretizador de ideias. É um tipo que constrói e ergue estruturas baseadas em ideais abstratos que ganham estruturação lógica para serem alcançados. Os ENTJ operam trazendo ao funcionamento e à compreensão universais algumas reflexões que são transformadas e concretizadas no mundo externo, seu ponto de partida e de fim. Assim, os ENTJ conseguem articular ideias e realidade para criar estruturas visíveis por todos. Em seu melhor, essas estruturas são também aproveitáveis e utilizadas por aqueles à volta do ENTJ, esteja ele trabalhando sozinho ou em grupo, mas sempre visando a construção a partir desses métodos objetivos de decisão, pensamento e organização do mundo. Suas funções cognitivas são: Pensamento Extrovertido (Te) dominante, Intuição Introvertida (Ni) auxiliar, Sensação Extrovertida (Se) terciária e Sentimento Introvertido (Fi) inferior.
O Pensamento Extrovertido dominante é objetivo em sua tomada de decisões, partindo de compreensões universais e externas ao indivíduo para a contribuição a estruturas também externas ao indivíduo. Essas estruturas podem ser teóricas ou práticas. Não é incomum, por causa disso, que haja certa preferência por estruturas associadas a planejamento, ganhos numéricos objetivos, eficiência e outras situações de aplicabilidade, mas não é necessário. A capacidade de sistematização objetiva do ENTJ parte de um diálogo bastante claro, que pode ou não incluir outras pessoas, do indivíduo com conhecimentos universais (ou pretensamente universais) e sua capacidade de serem articulados com clareza. A primeira função irracional (de percepção) do ENTJ, a Intuição Introvertida, fornece um prisma reflexivo com relação a símbolos e abstrações que percorrem o campo inconsciente e ajudam o ENTJ a possuir visão e compreensão macro das ações da função dominante, além de funcionar como um contraponto de verdadeiro idealismo e imersão no mundo subjetivo para um tipo, como todo extrovertido, primariamente obcecado com as dinâmicas do mundo externo.
Na posição terciária, a Sensação Extrovertida encontra um uso simplista, mas possivelmente obcecado e até eventualmente constante. A sedução que o mundo concreto exerce no indivíduo pode ser bem forte, mas é feita de uma forma bem longe de seu potencial energizando ou de fato engajado com a realidade concreta. É bastante comum que ENTJ tentem estruturar até mesmo a própria diversão. A depender, o ENTJ pode acabar se vendo obcecado pelo mundo ao redor, perdendo parte do senso de propósito e até mesmo de compostura. Já no caso da função inferior, a adoção de racionalizações impessoais e externas ao indivíduo leva, inevitavelmente, à repressão ou à desconsideração do campo valorativo desse indivíduo. Quando o mundo das estruturas e dos resultados é prioritário, a própria individualidade e os próprios valores são deixados de lado. Em alguns casos, o Fi aparece como justamente um apego muito simplista a um núcleo de valores muito pequeno, mas constantemente presente, que orienta a impessoalidade do ENTJ. Esporadicamente, esses valores podem gerar um colapso por trazer uma percepção de que, tão engajado na transformação e na construção do mundo à sua volta, o ENTJ esquece de transformar a si mesmo com base em princípios unicamente pessoais, e ele pode se perceber escravo das estruturas que ele mesmo ajudou a erguer.
O Pensamento Extrovertido dominante é objetivo em sua tomada de decisões, partindo de compreensões universais e externas ao indivíduo para a contribuição a estruturas também externas ao indivíduo. Essas estruturas podem ser teóricas ou práticas, mas se orientam para formas de compreensão que independem da lógica subjetiva de cada um e tentam tratar de regras impessoais que regulem o campo que a Te busca influenciar e dialogar. De certa forma, o Te-dominante tem facilidade em dialogar com os princípios impessoais que guiam a vida em sociedade, frequentemente metas claras, conhecimentos reconhecidos por todos ou por um grupo como verdadeiros e aplicáveis, ou quaisquer outros interesses que o ENTJ veja como sendo suficientemente objetivos e estruturantes. Portanto, ENTJ costumam se dedicar a compreender e usar aquelas parcelas de conhecimento que possuam aplicabilidade no mundo externo, mesmo que não formem um todo coerente, sistemático e preciso nos mínimos detalhes. Não é incomum, por causa disso, que haja certa preferência por estruturas associadas a planejamento, ganhos numéricos objetivos, eficiência e outras situações de aplicabilidade.
A capacidade de sistematização objetiva do ENTJ parte de um diálogo bastante claro, que pode ou não incluir outras pessoas, do indivíduo com conhecimentos universais (ou pretensamente universais) e sua capacidade de serem articulados com clareza. Na medida em que o ENTJ preza por clareza e racionalização acima de tudo, ele se centra na ideia de que adaptar estruturas que possam ser úteis para si e para outras pessoas requer ser compreendido, mas sem nenhuma intenção de dialogar com expectativas e valores, entrar em jogos emocionais ou qualquer dessas coisas. Costumeiramente, importa ao Te-dominante compreender as estruturas impessoais que regem o mundo à sua volta, para então trabalhar com elas. Sua capacidade de adaptação também se orienta para esse mesmo entendimento de estruturas. Se elas mudam, o ENTJ será capaz de mudar sua estratégia em nome do diálogo e da construção em conjunto com a estrutura. Essa construção a que se orienta o Pensamento Extrovertido, por prazeirosa que possa ser ao indivíduo, tem como fim construir e gerar controle sistemático sobre o objeto, nunca (ou raramente) impor-se pela força ou se orientar por algum tipo de força de vontade impositiva.
Claro, esse vínculo tão forte com regras ou sistematizações de conhecimento pretensamente universais pode fazer com que o ENTJ perca elementos importantes, como parte do senso de si em nome da sua função objetiva dentro daquela estrutura. Essa perda do senso de si acompanha uma vontade de controle que o cega para funcionamentos alheios ou contrários àquela mesma estrutura de pensamento. A tentativa de construir e adequar o ambiente àquela estrutura pode acabar tendo uma tendência de homogeneização autoritária em nome dessas estruturas que deveriam ser seguidas por todos. Embora isso não signifique agressividade (e apenas rarissimamente o seja), existe algo de imposição dessas normas sacrificando não apenas as individualidades alheias como a do próprio ENTJ, perdido nas mesmas estruturas que o conformaram.
A primeira função irracional (de percepção) do ENTJ, a Intuição Introvertida, fornece um prisma reflexivo com relação a símbolos e abstrações que percorrem o campo inconsciente e ajudam o ENTJ a possuir visão e compreensão macro das ações da função dominante, além de funcionar como um contraponto de verdadeiro idealismo e imersão no mundo subjetivo para um tipo, como todo extrovertido, primariamente obcecado com as dinâmicas do mundo externo. Assim, é papel da Ni-auxiliar fornecer uma metaperspectiva que ao mesmo tempo impulsiona como calibra os interesses principais do ENTJ com suas visões e compreensões que partem de seu mundo interno. Com elas, o ENTJ é capaz de fornecer algumas das maiores transformações do mundo externo observadas na tipologia.
A Intuição Introvertida auxiliar permite, apoiando a dominante, que o ENTJ extraia símbolos e padrões subjacentes ao seu mundo sob um prisma de transformação idealista. Nem toda a objetividade do Te-dominante pode retirar os substratos de idealismo (ou megalomania) do ENTJ, na medida em que, quando não puramente seduzido pelo mundo concreto, o ENTJ consegue trazer muito conceitualismo e grandes visões que ele inocula em seu interesse por estruturas. O Pensamento Extrovertido, dessa forma, ganha ares de transformação do mundo externo, sem perder, no entanto, sua orientação principal para ele. Mesmo assim, um ENTJ que tenha bom contato com seu mundo interno, além de usá-lo para direcionar seu engajamento por grandes visões e idealismos, também consegue evitar se perder em metas, ganhos e ferramentas de conhecimento externas a ele e reconhecer melhor seu próprio senso de si a partir do campo simbólico, abstrato e subjetivo.
Na posição terciária, a Sensação Extrovertida encontra um uso simplista, mas possivelmente obcecado e até eventualmente constante. A sedução que o mundo concreto exerce no indivíduo pode ser bem forte, mas é feita de uma forma bem longe de seu potencial energizando ou de fato engajado com a realidade concreta. É comum que a Sensação Extrovertida terciária se vincule à sedução do concreto a partir de coisas que, em última instância, também representem algo abstrato: roupas e itens de marca, por exemplo, que podem representar status e poder, além da qualidade intrínseca ao objeto concreto que o seduz. Há pouca capacidade de projeção corporal conquanto não haja uma motivação real justificada pela racionalização objetiva do Te-dominante, e mesmo essa projeção é frequentemente simplista. O mundo da dança, por exemplo, ou de outras expressões do corpo e do concreto, costuma ser diminuto e pouco criativo. É bastante comum que ENTJ tentem estruturar até mesmo a própria diversão.
Conforme se aumenta o contato com a Se-tert, o ENTJ pode, por um lado, se tornar totalmente seduzido pelo mundo concreto. Te e Se retroalimentam-se em uma espécie de “mais e mais” que consiste em usar estruturas e oportunidades, de forma quase oportunista, para fruir delas. As situações em que o concreto eventualmente o seduzia passam a ser mais constantes e o ENTJ pode acabar se vendo obcecado pelo mundo ao redor, perdendo parte do senso de propósito e até mesmo de compostura. No entanto, se bem trabalhada, a Sensação Extrovertida pode garantir melhor corporalidade, inclusive às vezes impositiva e decisiva, além de maior sensibilidade para uma estética universal e o conhecimento de como usar o objeto que lhe seduz ao seu favor. Além disso, o ENTJ pode alcançar graus bastante intensos de pragmatismo, objetividade e a factualidade que não era seu campo prioritário de ação.
A adoção de racionalizações impessoais e externas ao indivíduo leva, inevitavelmente, à repressão ou à desconsideração do campo valorativo desse indivíduo. Quando o mundo das estruturas e dos resultados é prioritário, a própria individualidade e os próprios valores são deixados de lado. A redução dos próprios valores não implica, no entanto, psicopatologias associadas à psicopatia ou sociopatia, ou a simples ideia de ser mau, muito menos violento ou agressivo. A submissão dos próprios valores, ainda que possa gerar um pragmatismo quase maquiavélico latente, diz respeito à renúncia à pessoalidade em nome da impessoalidade a qualquer momento, e a questão da moralidade não significa não tê-la, mas sim ter uma relação problemática, simplista e subjugada desse arcabouço moral próprio.
A rejeição à moralidade acontece quando o Fi-inferior está especialmente reprimido e projetado. Nesses casos, de fato é comum que o próprio ENTJ se identifique com algum tipo de vilão ou vilania por reconhecer nessa ideia a rejeição a valores que turvariam sua visão impessoal. Em outros casos menos extremos, o Fi aparece como justamente um apego muito simplista a um núcleo de valores muito pequeno, mas constantemente presente, que orienta a impessoalidade do ENTJ. A criação de métodos objetivos, como a meritocracia ou sistemas baseados em resultado ocultaria alguns veios valorativos que o ENTJ não abre mão, frente a uma imensa maioria de outros valores que podem ser relativizados em nome do Te-dominante. Para essa vasta maioria, o raciocínio utilitarista prevalece.
Além de simplista, a relação com o Fi-inferior pode gerar surtos que oscilam entre o desconhecimento ou repressão das coisas que o incomodam frente a agir em nome das estruturas a serem impostas, ou picos de sentimentalismo que o ENTJ desconhece e rejeita, ou até mesmo projeta em outras pessoas. Em última instância, o mundo do ENTJ corre o risco de ruir porque ele percebe que existem muitas outras coisas que o afetam sem terem alguma justificativa de impacto no mundo exterior. Isso pode deixá-lo temporariamente bastante sensível e mais facilmente incomodado ou reativo com o mundo à sua volta. Esporadicamente, esse colapso pode significar uma percepção de que, tão engajado na transformação e na construção do mundo à sua volta, o ENTJ esquece de transformar a si mesmo com base em princípios unicamente pessoais, e ele pode se perceber escravo das estruturas que ele mesmo ajudou a erguer.
O ENTJ é um dos tipos mais fetichizados pela comunidade, muitas vezes em cima de estereótipos que nem mesmo têm a ver com o tipo. Resumindo-se, descarregam no ENTJ todas as qualidades do mítico “líder”, um conceito com alto grau de fetichismo nos dias modernos, o qual o ENTJ tanto encarnaria naturalmente como teria todas as qualidades do máximo de pragmatismo. Nem todos os ENTJ têm esse talento e outros simplesmente o direcionam para outras coisas. Por fim, existem ainda outros dois estereótipos do ENTJ simplesmente errôneos. O primeiro os pinta como o ápice da objetividade e da lógica do “just do it”, de serem diretos, curtos e grossos, mas ENTJs possuem um idealismo latente e marcante. O segundo estereótipo pinta o ENTJ como mau, sádico, mandão e apreciador do sofrimento humano. Só uma função inferior altamente comprometida acarretaria isso.
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