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ISTJ

Embora se possa chamar o ISTJ de o “tipo honrado” pelo fato de os integrantes do tipo de fato o serem, essa alcunha ainda é relativamente injusta com o maior potencial do tipo, que não se resume a isso. A honra que aqui se diz do ISTJ também inclui a responsabilidade e o potencial técnico e intelectual-prático que acompanham o tipo. Dois símbolos, o escudo e a biblioteca, representam bem desses campos em que o ISTJ se destaca. O principal campo que faz jus aos ISTJ é aquele em que eles se vinculam a algo concreto de corpo e alma, tanto por acreditarem naquilo quanto porque aquilo funciona (ou deve funcionar) e criarem todo um arcabouço de conhecimento e ação que ajuda a proteger esses vínculos e fatos e fazê-los crescer. O escudo representa a honra, a dedicação a algo que deve ser protegido e admirado, enquanto a biblioteca representa a capacidade de acúmulo de conhecimento ou outras estruturas que são, também, guardadas e utilizadas. Ao proteger de forma inteligente e dedicada, o ISTJ pode se ver cultivando uma semente e fazendo o possível e o impossível para vê-la crescer. O tipo é expresso por Sensação Introvertida (Si) dominante, Pensamento Extrovertido (Te) auxiliar, Sentimento Introvertido (Fi) terciário e Intuição Extrovertida (Ne) inferior.

A Sensação Introvertida, por ser uma função de percepção introvertida, se orienta para a contemplação e a reflexão. Essa contemplação, direcionada a objetos concretos, cria principalmente impressões, que devem ser mantidas e cultivadas porque causam uma enervação crucial no ISTJ. Certos fatos, acontecimentos, objetos e informações ganham uma importância única no ISTJ, que passa a contemplá-los e se orientar por uma vontade de eternização desses fatos que ganharam a admiração da Sensação Introvertida. No caso da Sensação Introvertida, “o diabo está nos detalhes”, mas também o divino. Balanceando a psique, o Pensamento Extrovertido, que se baseia em tomada de decisões com base em princípios impessoais advindos do objeto. Ela atua, portanto, como principal porta de contato do ISTJ com o mundo externo, como apoiadora sistemática e habilidosa dos objetivos primários da Sensação Introvertida e como prioridade na tomada de decisões do indivíduo. Com vistas a equilibrar a contemplação e a irracionalidade da função dominante, o Pensamento Extrovertido traz compreensão e uso de estruturas impessoais, funcionalidade e uma lógica de “eficiência” ou “verdade” que faz com que a Sensação Introvertida possa organizar melhor a si mesma e ao mundo à sua volta.

Já o Sentimento Introvertido terciário dá acesso pueril a um arcabouço sólido, mas simplista, de valores e perspectivas de pessoalizar as decisões. Embora ele atue para equilibrar a função auxiliar e trazer mais peso do mundo pessoal do ISTJ, dando ainda mais consistência de atitude, honra e aprofundando o contato com os próprios sentimentos, ele também tem facetas bastante infantis de manifestação. Por fim, eternizar algo significa dar prioridade e se apegar à coisa eternizada. Quando o objetivo principal da psique é essa eternização, ele vem, necessariamente, com a dificuldade em lidar com as novas tangentes que surgem da distorção ou transgressão do objeto eternizado, representada pela Intuição Extrovertida inferior. Essa dificuldade pode se manifestar de várias formas, em seu usual: apego demasiado a certos fatos ou objetos, obstáculos em se entregar a novas tangentes para a vida, desmerecimento de novas hipóteses que não sejam práticas ou factuais o suficiente, dificuldade em encontrar saídas e alternativas para situações em que se encontra ou dificuldade de abstração por apego ao concreto.

Quais são as funções do ISTJ?

A Sensação Introvertida, por ser uma função de percepção introvertida, se orienta para a contemplação e a reflexão. Essa contemplação, direcionada a objetos concretos, cria principalmente impressões, que devem ser mantidas e cultivadas porque causam uma enervação crucial no ISTJ. Certos fatos, acontecimentos, objetos e informações ganham uma importância única no ISTJ, que passa a contemplá-los e se orientar por uma vontade de eternização desses fatos que ganharam a admiração da Sensação Introvertida. Para ela, existe uma correlação fundamental entre viver a vida e contempá-la, em seus detalhes, sabores e vivências, porque nada disso são apenas mais detalhes, sabores ou vivências. Aqueles que conseguem causar uma impressão subjetiva no indivíduo de Si-dominante são recebidos de forma única pelo indivíduo, por vezes intensa mesmo na suavidade. Por esse motivo, cria-se um vínculo quase identitário com essa impressão única e individual do mundo, que ganha também contornos por vezes ritualísticos. Esse ritualismo não significa nada religioso, ao menos não necessariamente. Mas dá ao concreto uma dimensão de ser eternizado, cultivado e, claro, defendido.

No caso da Sensação Introvertida, “o diabo está nos detalhes”, mas também o divino. É nesses pontos concretos que captam o apego do ISTJ sobre os quais se constrói a visão pessoal de mundo do tipo. De tabela, frequentemente há algo de sistemático subjacente à valorização subjetiva dessas experiências, um controle sutil do mundo concreto na tentativa de  mantê-lo do jeito ideal. Esse fenômeno, no entanto, não é regra: essa é uma das diferentes formas que os ISTJ podem encontrar para dar cabo a sua necessidade de eternização do concreto. Em outras abordagens, mais gerais, a Sensação Introvertida também funciona como orientação muito factual e rigorosa com relação à entrada de novos dados que não dialoguem diretamente com o arcabouço de impressões criado por ela. Por isso, é comum que haja um olhar clínico em muitos ISTJ em sua tentativa de manter e proteger a sacralidade ou a perfeição do objeto concreto. Em termos variados, isso pode resultar em uma capacidade ao mesmo tempo “clínica”, técnica, e “protetiva”, dedicada e responsável, a seus assuntos de interesse, os quais podem ser dos mais variados: da medicina e neurobiologia à dança, à filosofia, à arte, ao direito e ao mero contemplar da natureza e dos detalhes divinos.

Com isso, inevitavelmente, há uma relação de vínculo identitário com o objeto concreto, como dito. É esse caso que gera a relação de “honra” apresentada anteriormente: querer defender e proteger algo que alcança status de “ideal” na medida em que é um objeto valorizado por ser visto como concreto gera uma sensação de honra na responsabilidade, muito comum aos ISTJ. No plano negativo, esse vínculo gera algumas rigidezes: o apego a certas situações, por vezes difícil de largar, além de causar possíveis toxicidades ao próprio indivíduo, também gera derramamentos aos outros. Frequentemente intransigentes e irredutíveis, os ISTJ podem acabar forçando a tentativa de manter coisas nocivas para si e para outros, nos momentos em que a Sensação Introvertida se fecha para novas experiências. Em nota, é importante destacar que isso não significa uma rigidez imparável, e que ISTJ, como qualquer outro tipo, também pode divertir-se, fruir da vida e, claro sentir-se mente aberta.

A primeira função julgadora do ISTJ é o Pensamento Extrovertido, que se baseia em tomada de decisões com base em princípios impessoais advindos do objeto. Ela atua, portanto, como principal porta de contato do ISTJ com o mundo externo, como ponto de equilíbrio psíquico que freie a contemplação perceptiva da função dominante, como apoiadora sistemática e habilidosa dos objetivos primários da Sensação Introvertida e como prioridade na tomada de decisões do indivíduo. No caso do Te-auxiliar, tudo isso se dá pela compreensão e pelo uso de estruturas impessoais como forma de orientação no mundo concreto e de organização do próprio sistema de conhecimento do ISTJ baseado em ferramentas fornecidas pelo mundo externo. Com vistas a equilibrar a contemplação e a irracionalidade da função dominante, o Pensamento Extrovertido traz funcionalidade e uma lógica de “eficiência” ou “verdade” que faz com que a Sensação Introvertida possa organizar melhor a si mesma e ao mundo à sua volta, facilitando e estruturando a eternização das impressões.

Como impessoal, o Te-auxiliar permite com que o ISTJ saiba orientar-se imparcial quando for preciso, principalmente quando se trata de aplicar conhecimentos ou funcionamentos que ele sinta como vindos “de fora”, como o método científico, a estatística, entre outros. Muitos ISTJ só querem seguir sua vida “na sua”, protegendo as coisas a que se apegam e usufruindo das sensações da vida, ao mesmo tempo em que agem com imparcialidade e justiça quando necessário. Outros, no entanto, sentem vontade de dialogar com estruturas de forma diferente. A facilidade de se orientar nelas frequentemente permite que esse tipo se veja galgando funções que julgar importantes ou justas, isso não só no campo organizacional: também funciona em coletivos, partidos ou na política, por exemplo, a depender dos interesses. De qualquer forma, existe aqui uma tendência de responsabilidade justamente pela facilidade em lidar com estruturas, mas de forma subordinada à função dominante, que é prioritária.

pessoalizar as decisões. Embora ele atue para equilibrar a função auxiliar e trazer mais peso do mundo pessoal do ISTJ, dando ainda mais consistência de atitude, honra e aprofundando o contato com os próprios sentimentos, ele também tem facetas bastante infantis de manifestação. Por se tratar da pessoalização de situações e da classificação do mundo a partir desses valores, o Fi em posição terciária pode parecer bastante uma criança no sentido de ser irredutível frente ao que acha certo, mas sem a complexidade ou criatividade características dos indivíduos com Fi-dominante. O prisma de certo e errado costuma ser simplista, maniqueísta e dependente das impressões pessoais e concretas produzidas pela Sensação Introvertida.

Quando melhor trabalhado, o Sentimento Introvertido passa a ter uma presença mais interessante e constante no indivíduo, trazendo uma densa e profunda conexão com um senso de individualidade pelos valores: o ISTJ sabe que é quem é porque acredita em coisas a despeito de tudo e de todos, a despeito mesmo do impacto que teria nos grupos que frequenta. Ainda assim, não o faz destruindo o objeto, mas construindo com ele, se articular bem a função auxiliar no processo. O ISTJ ganha maior âncora moral em suas decisões e reflexões, podendo entender as coisas por um prisma pessoal razoável e atribuir melhor valor a elas, preservando um senso de si facilmente reconhecível, que combina ação moral e ação pragmática.

Eternizar algo significa dar prioridade e se apegar à coisa eternizada. Quando o objetivo principal da psique é essa eternização, ele vem, necessariamente, com a dificuldade em lidar com as novas tangentes que surgem da distorção ou transgressão do objeto eternizado, representada pela Intuição Extrovertida inferior. Essa dificuldade pode se manifestar de várias formas, em seu usual: apego demasiado a certos fatos ou objetos, obstáculos em se entregar a novas tangentes para a vida, desmerecimento de novas hipóteses que não sejam práticas ou factuais o suficiente, dificuldade em encontrar saídas e alternativas para situações em que se encontra ou dificuldade de abstração por apego ao concreto. Seja por ansiedade, insegurança ou excessivo realismo, o ISTJ quase nunca adota completamente uma nova tangente apenas pelo potencial que ela apresenta; há que se ter um calmo e lento processo de convencimento e aceitação da tangente.

Conforme reprimida, costuma projetar-se na diminuição dessas novas tangentes por racionalizações diversas que afastam o indivíduo do mundo abstrato. Pessoas que se engajam com mais facilidade são vistas como inconsequentes, instáveis e incapazes de criar qualquer tipo de vínculo. Esse tipo de conduta é condenado pelos Si-dominante que reprimem e projetam sua Ne-inferior, mas não deve ser confundido com o movimento similar que acontece entre pais e filhos no incômodo pela inconsequência, já que isso faz com que as pessoas acabem taxando seus pais erroneamente como Si-dominantes e Si-dominantes jovens evitem se ver como tal. De qualquer forma, é comum que ISTJ, quando incomodados com sua própria pulsão de instabilidade e desapego, projetem e questionem isso nos outros. Por outro lado, a mesma tentação de instabilidade, se irrompida na psique com força, pode gerar uma tendência contrária e igualmente problemática para o indivíduo. Perdendo o senso de estabilidade e dedicação que lhe é característico, ele engaja em pequenas autotrasngressões que, além de serem muito mal-colocadas, costumam apenas lhe fazer mal.

Conforme é melhor aceita como inferior no indivíduo, o ISTJ pode mais facilmente assumir sua dificuldade nesse campo e entender o funcionamento da Intuição Extrovertida, tanto em si quanto nos outros. Ou seja, o ISTJ não fica doentiamente instável, mas entende e aceita a necessidade eventual de mudança, mesmo que prefira manter seus gostos e apegos por mais tempo. Entende melhor o fluxo de ideias e hipóteses, mesmo que precise de mais tempo para observá-las mudando e selecionar o que prefere a partir do plano da Sensação. A possibilidade eventual de se libertar de certos preceitos e engajar em exploração surge de forma mais amigável e, ao mesmo tempo, menos destrutiva, mesmo que secundária.

COMBATENdO ESTEREÓTIPOS

Sensibilidade e Criatividade

O reducionismo dos estereótipos do ISTJ gravita em torno da ideia de um tipo “chato”: sem-graça, sério, maçante, robótico ou sem capacidade de reflexão ou espontaneidade. Além disso, outra generalização é pôr o ISTJ como o ápice da baixa ou nula expressão emocional. Embora frequentemente verdade, essa última característica é compartilhada com outros vários tipos. Sobre o primeiro grupo de estereótipos, ele é um grave ataque à capacidade dos ISTJ de se identificarem. Em última instância, ele cria a imagem de que ISTJs não se divertem, o que obviamente não faz sentido, dado que a diversão faz parte do que nos faz humanos. Confundir a responsabilidade característica do ISTJ com austeridade ou mero seguir de regras também é errado. Embora muitos ISTJ sejam austeros e sérios, outros tantos são extremamente amigáveis e gentis, preferindo conforto e calmaria.

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