Um dos melhores símbolos que poderiam ser aplicados ao ESTJ é o Martelo. Não um martelo violento e destrutivo, mas um martelo como representante de duas feições muito comuns e extremamente representativas do ESTJ, onde quer que ele esteja: o martelo como malhete, simbolizando a Justiça (junto da espada, da balança, da venda, entre outros) e o martelo como construtor, simbolizando a criação a partir do esforço (junto do tijolo, da casa e de outras ferramentas de trabalho). Seja qual for a área de interesse do ESTJ, nela o tipo, mais que qualquer coisa, constrói: cria, recria, inova e protege naquilo que se dedicou a trabalhar. Isso se manifesta, não apenas no mundo do trabalho, mas até mesmo no campo relacional e nos vários gostos e diversões do ESTJ. Existe algo de honra, companheirismo ou compromisso por trás de toda capacidade pragmática e objetiva do ESTJ, que funciona a partir das funções Pensamento Extrovertido (Te) dominante, Sensação Introvertida (Si) auxiliar, Intuição Extrovertida (Ne) terciária e Sentimento Introvertido (Fi) inferior.
Por sua função dominante ser racional e extrovertida, a orientação principal do ESTJ é pela tomada de decisões que parte do e para o objeto. Caracteriza-se essencialmente pela objetividade do conhecimento e dos métodos de decisão usados. Entre vários efeitos, essa objetividade geralmente acompanha um raciocínio de praticidade pela eficiência e pela mensuração objetiva de efeitos, metas e objetivos. Em outra perspectiva, o Pensamento Extrovertido também pode fornecer o ímpeto de tomadas de decisões justas no conceito mais aristotélico possível: dar a cada aquilo que lhe compete; tratar os iguais igualmente e tratar os desiguais desigualmente. Já a Sensação Introvertida, função chave para a compreensão do mundo pessoal do ESTJ, traz estabilidade e uma visão bastante pessoal de certos acontecimentos ao indivíduo, costumeiramente favorecendo a consistência de interesses e atitudes ao longo do tempo. Em termos gerais, o modus operandi da função é absorver o mundo concreto de forma subjetiva.
Já a função terciária traz o contato com o intangível e o especulativo, pueril, por vezes obsessivo mesmo nessa infantilidade, mas bastante presente na maioria dos representantes do tipo, manifestando em situações simples do campo da Ne: trocadilhos e associações diretas, piadas rápidas, especulações de projetos e hipóteses absurdas como diletantismo, ou mesmo a sensação de poder-se “conversar sobre tudo”. Ao trabalhá-la com qualidade, o ESTJ pode acessar um dos pensamentos mais criativos de toda a tipologia. Alguns ESTJ relatam uma espécie de pensamento “hiperativo” ao acessarem com muita frequência a função terciária, que traz um grande número de especulações e ideias em vias de tentarem a concretização e a estruturação pelo Pensamento Extrovertido dominante. Manter tamanha impessoalidade de decisões, no entanto, requer reprimir ao máximo a pessoalidade latente a qualquer pessoa. O preço a se pagar por compreender sistemas de estratégia, eficiência e metas é o sacrifício do próprio senso de pessoalidade, ao qual vêm acoplados, com frequência, os próprios sentimentos e valores. Mesmo inconsciente e inerte, quando não doentio, o Sentimento Introvertido inferior fornece ao ESTJ um arcabouço mínimo, mas sólido e virtualmente intocável, de valores aos quais o ESTJ se apega para alavancar sua vontade de justiça ou de construção. Lembre-se, claro, que, ainda que o Fi-inferior alavanque a vontade de justiça, o faz de forma inconsciente e subjugada à impessoalidade da função dominante, essa sim tomando as rédeas de como essa justiça funcionará.
Por sua função dominante ser racional e extrovertida, a orientação principal do ESTJ é pela tomada de decisões que parte do e para o objeto. Caracteriza-se essencialmente pela objetividade do conhecimento e dos métodos de decisão usados. Entre vários efeitos, essa objetividade geralmente acompanha um raciocínio de praticidade pela eficiência e pela mensuração objetiva de efeitos, metas e objetivos. Isso costuma, então, ser vinculado a estruturas de conhecimento que são vistas como “vindas de fora”, como a estatística ou outros métodos de predição e mensuração de resultados. Em outra perspectiva, o Pensamento Extrovertido também pode fornecer o ímpeto de tomadas de decisões justas no conceito mais aristotélico possível: dar a cada aquilo que lhe compete; tratar os iguais igualmente e tratar os desiguais desigualmente. Dito em outros modos, a rotina de pensamento e decisões do ESTJ se centra em ser objetivamente justo e razoável e usar métodos externos a ele para ou maximizar/otimizar situações ou garantir que elas sejam justamente distribuídas conforme méritos, resultados ou uma justiça externa ao indivíduo e observável por todos.
Além disso, essa objetividade dá preferência à clareza de informações e verbalização, e costuma favorecer a expressividade e a oratória, embora não necessariamente. De um jeito ou de outro, ela se relaciona à compreensão e ao vínculo com estruturas externas ao indivíduo (daí, também, a ideia de oratória como articulação dentro de uma estrutura clara com vistas a interagir com o mundo objetivo). Mais que apenas compreendê-las, no entanto, o ESTJ busca influenciá-las e trabalhar com elas. Nesse sentido, o Pensamento Extrovertido dominante se caracteriza por uma função criativa, no sentido de se orientar para criar nesses sistemas de conhecimento universalmente reconhecidos. Ela é a função com maior facilidade para criar procedimentos, ferramentas e interpretações impessoais com base em outras ferramentas mensuráveis. A preferência por tratar com estruturas impessoais de conhecimento traz, também, uma rejeição a trabalhar com muitas pessoalidades ou interações/jogos baseados em expectativas e manipulações emocionais. A visão objetivada se afasta desse tipo de influência em valores ou sentimentos e se centra na influência a entendimentos, modos de proceder e outras manifestações das estruturas pelas quais o ESTJ se interessa. Mesmo em relações, há uma grande preferência pela clareza e pelo diálogo impessoal acima de tudo.
Uma relação tão plural com as estruturas de conhecimento gera, no Te-dominante, uma sensação de necessidade (ou ao menos vontade) de controle do ambiente a partir dessas mesmas estruturas. Entender e se fazer entendido é a principal delas, mas em certas situações o Pensamento Extrovertido pode acabar usando essa mesma sistematização impessoal a partir de uma lógica de controle, não necessariamente das pessoas, mas dos resultados ou processos esperados. Isso pode levar a um substrato autoritário comum a todos os Te-dominantes (autoritário, mas não agressivo e muito menos violento). Além disso, pode acarretar ainda uma perda de si dentro das estruturas, com repressão aos sentimentos em nome de métodos impessoais.
A Sensação Introvertida, função chave para a compreensão do mundo pessoal do ESTJ, traz estabilidade e uma visão bastante pessoal de certos acontecimentos ao indivíduo, costumeiramente favorecendo a consistência de interesses e atitudes ao longo do tempo. Em termos gerais, o modus operandi da função é absorver o mundo concreto de forma subjetiva. Isso significa, em outros termos, dar um valor intrínseco e irracional a diferentes fatos, acontecimentos, objetos e situações. Embora seja função irracional, no entanto, o mundo concreto valorizado pela Si costuma fazer bastante sentido, além de construir o principal ponto de estabilidade do senso de si do ESTJ, impedindo que o Pensamento Introvertido o seduza por completo e o mundo externo, as estruturas e os objetivos externamente definidos o engulam em um sem-fim de ações orientadas para fora. Além disso, a Si-auxiliar alimenta o ESTJ com vivências específicas e importantes que tanto podem servir para incrementar com factualidade as ferramentas e objetivos do Te, quanto fornecer um senso de valor intrínseco às coisas que traga o Te de volta para o chão.
Mais especificamente, é comum que a Si-auxiliar do ESTJ traga uma sensação de vínculo e apego muito fortes a lugares, situações ou pessoas. Geralmente são essas coisas que o ESTJ busca manter e estabilizar, o que também está relacionado a um senso de proteção ou dever importante. Um desses possíveis apegos, a Nação, explica a sobrerrepresentação de ESTJ na política, visando trabalhar com estruturas universais em nome do crescimento e da estabilidade da coisa subjetivamente apegada. É comum, também, um senso de companheirismo, que traz, por vezes, uma leveza interessante ao ESTJ, justamente por estar bastante vinculada ao chão, às pessoas e estruturas com quem o ESTJ criou esse vínculo. Em outros momentos, o apego a acontecimentos do passado podem trazer ao ESTJ algumas dificuldades em seguir em frente.
Trabalhando em paralelo com a função auxiliar, a Ne-terciária do ESTJ é um segundo ponto de contato do tipo com o mundo externo, dessa vez exploratório, por ser perceptivo. O contato com o intangível e o especulativo, no caso da Intuição Extrovertida terciária, é pueril, por vezes obsessivo mesmo nessa infantilidade, mas é bastante presente na maioria dos representantes do tipo. De início, essa exploração de hipóteses e possibilidades de projeto, por não ter muita dimensão nem ser fundamental para o funcionamento psíquico do ESTJ, se contentaria em ter contato com situações simples do campo da Ne: trocadilhos e associações diretas, piadas rápidas, especulações de projetos e hipóteses absurdas como diletantismo, ou mesmo a sensação de poder-se “conversar sobre tudo”, pelo caráter pueril dessa relação com a criação de diferentes tangentes hipotéticas. No entanto, a função terciária tem capacidade de ganhar corpo, mesmo sempre mantendo um caráter mais pueril e submisso à função dominante.
Nesse caso, o ESTJ pode acessar um dos pensamentos mais criativos de toda a tipologia, associando sua facilidade de criar com estruturas provida pela função dominante e a orientação por vezes obsessiva com novas e inusitadas possibilidades. Alguns ESTJ relatam uma espécie de pensamento “hiperativo” ao acessarem com muita frequência a função terciária, que traz um grande número de especulações e ideias em vias de tentarem a concretização e a estruturação pelo Pensamento Extrovertido dominante. Se conseguir absorver bem esse uso para sua vida, o ESTJ consegue equilibrar a constância e a estabilidade providenciadas pela auxiliar com a criatividade especulativa da terciária, favorecendo enormemente a inovação dentro das estruturas que busca manter, melhorar e inovar.
Manter grande impessoalidade de decisões, no entanto, requer reprimir ao máximo a pessoalidade latente a qualquer pessoa. O preço a se pagar por compreender sistemas de estratégia, eficiência e metas é o sacrifício do próprio senso de pessoalidade, ao qual vêm acoplados, com frequência, os próprios sentimentos e valores. De forma inconsciente, esses valores trabalham e ajudam no senso de propósito ou na intencionalidade com a qual o ESTJ se engendra nas estruturas. Mesmo inconsciente e inerte, quando não doentio, o Sentimento Introvertido inferior fornece ao ESTJ um arcabouço mínimo, mas sólido e virtualmente intocável, de valores aos quais o ESTJ se apega para alavancar sua vontade de justiça ou de construção. Lembre-se, claro, que, ainda que o Fi-inferior alavanque a vontade de justiça, o faz de forma inconsciente e subjugada à impessoalidade da função dominante, essa sim tomando as rédeas de como essa justiça funcionará. Além disso, mesmo esse arcabouço simplista e reprimido de valores, geralmente muito forte, pelos quais o ESTJ pode ser visto como autoritário ou crítico, está sempre à mercê de ser posto à prova.
Isso se dá porque, conquanto haja esse apego aos valores, por ser inferior, eles estão sempre em cheque. Se uma situação objetiva requer a revogação desses valores em nome do pragmatismo ou dos métodos, que indicam a necessidade impessoal de agir de um jeito, é possível que o ESTJ sacrifique até mesmo esses valores mais sensíveis. Isso aumenta a pressão sobre a função inferior, que pode, eventualmente, cobrar sua vingança e causar maior desequilíbrio psíquico. Nesses casos, é comum que o ESTJ se veja vulnerável a sentimentos e valores que ele nunca tinha percebido, ou mesmo tomado por um senso de vingança pessoal e reativo que não faz seu feitio. O Fi-inferior, que geralmente apenas causava problemas de projeção – com o ESTJ escarnecendo ou desmerecendo outras pessoas que se orientassem de forma pessoalizada – passa a trazer uma sensibilidade inesperada para o indivíduo.
É preciso deixar claro, no entanto, que essa repressão de valores não incute nenhum tipo de psicopatologia, ainda que a ficção tenha gosto por criar vilões de Fi-inferior por pura conveniência. Se esse fosse o caso, Te-dominantes seriam impossíveis de existir e conviver em sociedade. O que o Sentimento Introvertido inferior causa é uma repressão continuada da pessoalidade em nome da impessoalidade. Embora isso de fato possa incorrer em maquiavelismo, não está relacionado a um desdém pelo sofrimento humano, apenas a preferência por métodos objetivos de decisão, sejam eles quais forem.
Há severas injustiças em como os ESTJ são estereotipados na comunidade, algumas delas exageradas, outras negativizadas e umas tantas simplesmente não fazendo sentido. Pintá-los como meros impositores de regras não faz sentido e vem de uma lógica que desconhece a própria teoria. Dá-los como irritáveis, agressivos e violentos é simplesmente equivocado. Criá-lo como um “antagonista” mandão e pouco criativo a outros tipos vistos como “líderes” é nocivo e incoerente. Tê-los forçadamente ligados apenas à lógica empresarial apaga a versatilidade do tipo. Assim, por partes: lembrar que ESTJ são indivíduos por si sós, que não se resumem a reprodução de normas, que possuem sua própria iconoclastia ou rebeldia. Também é importante lembrar que eles, como qualquer pessoa, possuem gostos, interesses, diversões e individualidades que vão além das estruturas.
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