NITEFISE

INTJ

O tipo INTJ é o tipo visionário por excelência, tendo nessa palavra o uso clássico, não meramente associado com inovações ou algo assim. O INTJ é um tipo escravo e senhor de suas próprias visões, tentando dar algum tipo de sentido teleológico, utilidade ou estrutura para essas imagens que lhe saltam com força avassaladora, a ponto de lhe ser difícil diferenciar a realidade do seu mundo interno. Os INTJ costumam deleitar-se em subjetividades e atribuições simbólicas às suas reflexões, para a partir disso trazer maior entendimento ou possível impacto no seu mundo. No entanto, não é o entendimento sistemático ou científico que os caracteriza, mas a criação de significado para grandes padrões observados (ou, para alguns deles, “revelados”) e a proposição de grandes cursos de ação que contribuam ou caminhem junto dessas reflexões subjetivas. Com possibilidade de ficar estagnado na especulação ao redor dessas visões e na navegação do inconsciente, cabe ao INTJ saber projetar suas ideias de forma clara e construtiva antes que acabe como um profeta louco e delirante. Caso consiga, será um dos tipos com maior capacidade de gerar profundas transformações em seu ambiente e fornecer grandes interpretações simbólicas de seu mundo. Suas funções são Intuição Introvertida (Ni) dominante, Pensamento Extrovertido (Te) auxiliar, Sentimento Introvertido (Fi) terciário e Sensação Extrovertida (Se) inferior.

A Intuição Introvertida, função irracional e subjetiva, traz ao usuário visões e imagens do inconsciente, abstratas e subjetivas, nas quais o sujeito se deleita nelas e para elas. Isso significa que o INTJ, por sua função dominante, prefere, antes de mais nada, engajar em especulações abstratas sobre simbologias, padrões e o impacto no mundo à sua volta. O INTJ é um dos tipos mais idealistas que existem. Já o Pensamento Extrovertido auxiliar, racional e extrovertido, traz o primeiro contato do INTJ com o mundo externo a partir da compreensão de estruturas de funcionamento, regras e lógicas externas ao indivíduo. Com ela, o INTJ pode se locomover com certa facilidade nessas tais estruturas com o grande fim de satisfazer os desejos da função dominante irracional.

O Sentimento Introvertido terciário dá ao INTJ um acesso, ainda que simplista, relativamente constante e definitivamente marcante ao próprio arcabouço pessoal de valores que sustentam, dão mais forma e mantêm a coerência de seu idealismo. A presença do Fi, costumeiramente bastante pueril, pode trazer momentos em que o INTJ age exatamente como uma criança mimada ao redor do que importa para ela: intransigente, autoritária, e possivelmente melancólica. Enquanto um Fi-tert mal-trabalhado pode desligar perigosamente o INTJ da realidade e fazer com que suas reflexões sejam meramente resultado de suas vontades, quando ele ganha dimensão e qualidade e é integrado como função útil ao INTJ, ele fortalece o senso de caminho e propósito que o INTJ pode dar a si mesmo. Acontece que, quando se idealiza tudo a partir de imagens e conceitos abstratos do inconsciente, a primeira coisa a ser sacrificada é a própria realidade objetiva. A incapacidade de aceitação ou até mesmo de posicionamento na realidade concreta distorce o comportamento, a vida e a própria fala do INTJ, que geralmente fica insegura, críptica ou até mesmo confusa e desarticulada. Como a realidade factual é um problema e a Se-inferior é incapaz de recebê-la em sua totalidade, os INTJ podem acabar presos entre a sensação de incapacidade de agir no mundo e a frustração com suas idealizações.

Quais são as funções do INTJ?

A Intuição Introvertida, função irracional e subjetiva, traz ao usuário visões e imagens do inconsciente, abstratas e subjetivas, nas quais o sujeito se deleita nelas e para elas. Isso significa que o INTJ, por sua função dominante, prefere, antes de mais nada, engajar em especulações abstratas sobre simbologias, padrões e o impacto no mundo à sua volta. A forma que o INTJ tem de tentar compreender e absorver coisas sobre seu mundo é eminentemente simbólica, e justamente por isso muitos representantes do tipo costumam falar de forma bastante metafórica, quase críptica, para tentar articular as ideias sem sempre conseguir. A preponderância de um mundo simbólico, pré-verbal e imagético guia o INTJ por visões que frequentemente o desconectam da realidade em nome de tentar chegar a conclusões também abstratas sobre padrões observados. Independente do campo de interesse que o INTJ escolhe, da música à psicologia ou o que for, há sempre um vasto substrato simbólico ou visionário em suas reflexões. Isso dá ao INTJ um grau gigantesco de idealismo em torno de uma ideia perfeita, um tempo perfeito ou uma ocasião perfeita em que todas as variáveis, simbólicas ou concretas, estariam favoráveis. Por esse motivo, o INTJ é um dos tipos mais idealistas que existem.

Com preferência por uma visão macro de qualquer situação, a Intuição Introvertida dominante embarca em divagações que, a partir de um ponto, costumam tomar rumos bastante lineares. Essa linearidade de pensamento, embora muitas vezes, nem sempre é temporal. Ela costuma partir de um acontecimento ou percepção e, a partir daí, seguir um caminho semiconsciente em que o INTJ trabalha ideias e conclusões prévias na tentativa de criar um sentido linear de acontecimento dos fatos ou de linhas de pensamento, reunindo diferentes considerações em um mesmo caminho. Se o assunto em questão for relativo ao desdobramento temporal de eventos, geralmente o INTJ se agarra àquela especulação como algo vital para si próprio, e a previsão dos acontecimentos é feita com uma seriedade singular, pela enorme dedicação que o INTJ dá ao mundo abstrato que o guia. Em determinadas ocasiões, esse apego às próprias predições pode alcançar uma (auto)imagem quase profética, mas, em graus menores, ao menos o INTJ certamente põe uma grande preocupação na coerência de suas predições.

Quando não linear, sua reflexão parte em busca de uma essência. A Ni-dominante vagueia pelas imagens do inconsciente em busca de percepções surpreendentes ou reveladoras sobre um tema em mente, geralmente bastante abstrato. Quando não consegue chegar a um ponto, é bastante comum que a Ni acabe dando voltas e voltas ao redor de uma ideia, sem concluir perfeitamente e espiralando ao redor de uma ideia inalcançada, o que pode acarretar prolixidade na articulação das ideias que o INTJ cultivou com tanto carinho. Essa prolixidade revela um dos lados negativos característicos da Ni-dom: a quase incapacidade de ser direta ou factual em nome de um idealismo perfeccionista que lhe impede a ação ou os caminhos rápidos, simples e diretos. A Intuição Introvertida dominante pode levar o indivíduo a tendências megalomaníacas ou de frustração gigantescas frente a uma realidade que não condiz com as imagens que ele criou no inconsciente. A incapacidade factual ou de agir no mundo concreto faz o INTJ escravo de suas idealizações, também com tendências de radicalização, fanatismo, obsessão ou inércia.

O Pensamento Extrovertido auxiliar, racional e extrovertido, traz o primeiro contato do INTJ com o mundo externo a partir da compreensão de estruturas de funcionamento, regras e lógicas externas ao indivíduo. A compreensão e a preferência de lidar com os assuntos na base de estruturas impessoais favorece um pragmatismo subjacente às grandes visões idealistas fornecidas pela Ni, caso o INTJ consiga articular bem sua função auxiliar. Com ela, o INTJ pode se locomover com certa facilidade nessas tais estruturas com o grande fim de satisfazer os desejos da função dominante irracional.

Ao mesmo tempo, o INTJ consegue manter um raciocínio impessoal e não-valorativo que compreenda como usar as normas ou formular metas e objetivos de forma a se proteger de um engajamento real com a realidade concreta. Ele prefere usar métodos e condutas impessoais que alavanquem suas grandes idealizações, e as alimenta com maior racionalização e sistematização para as visões do INTJ. Assim, o Pensamento Extrovertido Auxiliar pode ser uma tímida porta para que o INTJ consiga agir no mundo concreto, ou pelo menos uma boa ferramenta de organização de seu mundo pessoal em nome ou a partir de regras e metas externas.



Como segunda ferramenta para manter o utilitarismo do Te-aux em cheque, o Sentimento Introvertido terciário dá ao INTJ um acesso, ainda que simplista, relativamente constante e definitivamente marcante ao próprio arcabouço pessoal de valores que sustentam, dão mais forma e mantêm a coerência de seu idealismo. A presença do Fi, costumeiramente bastante pueril, pode trazer momentos em que o INTJ age exatamente como uma criança mimada ao redor do que importa para ela: intransigente, autoritária, e possivelmente melancólica.

Enquanto um Fi-tert mal-trabalhado pode desligar perigosamente o INTJ da realidade e fazer com que suas reflexões sejam meramente resultado de suas vontades, quando ele ganha dimensão e qualidade e é integrado como função útil ao INTJ, ele fortalece o senso de caminho e propósito que o INTJ pode dar a si mesmo, dá mais âncora moral às reflexões do indivíduo e pode inclusive ser uma porta para que valorize mais o estético e até mais sinceridade e independência emocionais. O INTJ costuma ser bastante recluso com os sentimentos e pouco expressivo, dada a introversão da função F, mas é bastante comum que eles tenham confiança emocional e, com certas pessoas, demonstrem isso com bastante intensidade.

Quando se idealiza tudo a partir de imagens e conceitos abstratos do inconsciente, a primeira coisa a ser sacrificada é a própria realidade objetiva. A incapacidade de aceitação ou até mesmo de posicionamento na realidade concreta distorce o comportamento, a vida e a própria fala do INTJ, que geralmente fica insegura, críptica ou até mesmo confusa e desarticulada caso ele não tenha tido tempo suficiente. INTJ têm dificuldade para serem impositivos que não sejam estritamente por vias de estruturas e regras e têm uma dificuldade ainda maior de aceitar os acontecimentos que vão contra suas maiores e mais nevrálgicas idealizações.

Como a realidade factual é um problema e a Se-inferior é incapaz de recebê-la em sua totalidade, os INTJ podem acabar presos entre a sensação de incapacidade de agir no mundo para transformá-lo e a frustração com suas idealizações e visões que os impede de aceitar a realidade de fato, fazendo com que se sintam impossibilitados de agir e incapazes de deixar fluir. Há uma constante insegurança com a percepção dos fatos ou de detalhes, ou com a possibilidade de se projetar corporalmente, além de uma sensação constante de necessidade de ampliar as reflexões antes de qualquer ação. Mesmo assim, sempre há, atrás da negação do mundo concreto, da dificuldade em simplificação ou ser direto e da constante crítica à simplicidade, uma sedução latente que esse mesmo mundo concreto faz no indivíduo.

Se reprimida demais, é possível que a Sensação Extrovertida inferior irrompa na forma de uma impossibilidade de autocontrole em um tipo costumeiramente bastante centrado. O INTJ perde muito da sua sensação de propósito ou destino e engaja em quaisquer tipos de atividades que sejam desregradas, supérfluas e superficiais. O INTJ se perde nos fatos sem conseguir transcendê-los ou considerá-los no plano macro e, com isso, tende a perder boa parte de seu controle e/ou de sua parcimônia. Sua capacidade de interpretação do mundo fica comprometida sem que, no lugar, exista uma experiência do mundo saudável ou minimamente comedida. A costumeira obsessão idealista do INTJ passa por solavancos e é abalada por novas obsessões, muito concretas e pouco frutíferas.

COMBATENdO ESTEREÓTIPOS

Nada de robôzinho frio

O INTJ é um dos tipos mais carregados de estereótipos. Além de ser pouco compreendido, ele é receptáculo de um sem-número de identificações errôneas que deixam a imagem de INTJ genérica e despersonalizada. Em primeiro lugar, pinta-se o INTJ como necessariamente inteligente. Sem muitas delongas, inteligência não é algo medido pela tipologia. Em segundo lugar, constroem uma imagem de INTJ como simplesmente “racional”: frio, metódico, calculista, sem sentimentos e objetivo/factual. Como foi visto, o INTJ é praticamente o oposto da objetividade e da factualidade. Esse tipo tem uma dificuldade intrínseca com os fatos e com entendê-los de forma objetiva. Tratar os INTJ como não emocionais é um grande mal-entendido e geralmente é feito pela confusão entre INTJ (Fi-terciário) e tipos com Sentimento inferior mais propensos a tudo isso Ainda pior é a tendência atual de associações do INTJ a alguém grosso, rude, misantropo, irritado, cheio de força de vontade e corporalmente confiante, o que vai mais facilmente com tipos de sensação ou pensamento dominante.

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