Explicamos detalhadamente quais são os principais padrões de confusão de tipo
Como o tipo INFP é atualmente o tipo mais frequente nos principais testes divulgados no Brasil, ele também é o epicentro da maioria dos mistypes que acontecem com ele e com outros tipos. Assim, em todos os tipos é possível que qualquer um se confunda com outro, mas alguns são muitíssimo mais frequentes, e, no caso do INFP, é realmente possível e relativamente frequente que qualquer pessoa de qualquer tipo vire mistype de INFP, principalmente caso se baseie em resultados de testes. Qualquer pessoa que remotamente se aproxime dos estereótipos de sensível, reservado, criativo, procrastinador e empático pode, num piscar de olhos, considerar-se INFP. Além disso, mesmo aquelas que buscam sair dos testes e rejeitar o mistype, ao começar seus estudos pelos resultados, também é propensa a gravitar em torno do INFP e de seus tipos próximos em termos de letras (ENFP, INTP, ISFP, INFJ), concentrando as possibilidades de mistype. Serão estudadas três tendências gerais ao redor das quais todos os 15 tipos podem acabar se identificando: uma ao redor do ISFJ, uma ao redor do ENFP e uma ao redor do ISTJ.
O caso do ISFJ encabeça a grande contaminação dos estereótipos e características genuínas de Sentimento Extrovertido no INFP. Esse fenômeno é tão imenso que até os principais estereótipos, memes e opiniões que vão sendo lançadas sobre o tipo vão tendo mais características de Fe que de Fi. Qualquer conteúdo criado que pinte o INFP sob uma ótica “fofa”, passiva, que sacrifica a si mesmo em prol dos outros, que preza muito pela harmonia (mesmo sob ameaça da própria individualidade), que é um “camaleão social” criador de diferentes personalidades para diferentes grupos, que “se preocupa com o futuro dos outros” na verdade se aproxima mais do que é o Sentimento Extrovertido, e não o Sentimento Introvertido. No entanto, essa concepção estereotípica vai ficando tão massiva que a mentira se transforma em verdade, embora não seja em termos teóricos. É importante entender a real natureza do Fi e ver que, embora ele não signifique egoísmo ou incapacidade de se adaptar aos outros, ele definitivamente está longe de ser caracterizado por esses estereótipos tão esmagadoramente favoráveis ao Fe. Isso também acontece porque, além do ISFJ, o ESFJ também é um tipo muito propenso a se considerar INFP, mesmo com 3 letras de diferença. As descrições de INFP foram sendo tão puxadas para o ISFJ que, daí, era muito fácil afrouxar para caber também o ESFJ. Qualquer ESFJ que se identifique com o conceito social de introversão (o senso comum de preferir atividades solitárias ou precisar recarregar energias sozinho) é propenso a se considerar INFP. Assim, na imagem geral do INFP, mesmo a partir das funções, o tipo é pintado de uma forma que lembra uma Sensação Introvertida alta, com grande valorização das experiências, e com presença do Fe ao invés do Fi. A intuição passa a ser justificada da forma mais genérica possível: criatividade, aleatoriedade, desorganização e apreço pelo novo, o que, como foi visto anteriormente, é um grande erro. É altamente recomendável que qualquer pessoa que se identifique como INFP ou tirou o tipo no teste dê uma olhada no ESFJ e no ISFJ e considere ser de um desses tipos. Junto dos dois, os tipos mais propensos a passarem por esse fenômeno do mistype são aqueles influenciados pelo Fe, principalmente ENFJ e INFJ, além do INTP. Muitos INTP, quando se veem como sensíveis ou empáticos, ou depois de terem tido contato com sua função inferior – Fe –, acabam se considerando INFP. É interessante notar que, enquanto muitos INTP se veem como intocados pelos sentimentos, racionais e independentes, outros abraçam a sensibilidade que o Fe-dominante vulnerável e carente traz, e esses são os mais propensos a se identificarem como INFP, mas isso também se dá pela influência dos mistypes envovlendo Fe citados anteriormente. No caso do INFJ, é sempre bom reforçar que, se a pessoa tem dúvida apenas na última letra, ela precisa expandir sua dúvida, já que os tipos não possuem funções ou estruturas em comum, sendo similares apenas a distância.
O segundo caso estudado engloba o resto dos tipos com sentimento alto (ENFP, ESFP, ISFP) e é encabeçado pelo ENFP, a versão extrovertida do INFP. Esses tipos podem até compreender melhor o Fi, embora não necessariamente, mas falham em entender a extroversão, a sensação ou ambas. Quebrar os estereótipos aqui significa quebrar os estereótipos das leis gerais comentadas anteriormente: o viés intuitivo e a confusão entre extroversão social e extroversão junguiana. A partir daí, diferenciar Ne de Se (no caso dos xSFP) será mais fácil. É curioso notar que, quanto mais o estereótipo dos xxFJ se infiltra no estereótipo de INFP e ENFP, mais os tipos com Fi se sentem compelidos a se identificar com outros tipos, como os tipos com pensamento alto (T). Ficam no mistype como INFP dois extremos: aqueles que entenderam o significado de Fi e perceberam neles mesmos ou aqueles que mantém o estereótipo mais geral de INFP possível, como sensíveis e procrastinadores. No caso do ENFP, diferenciar introversão junguiana de introversão social será primordial, ainda mais no caso da Ne-dominante, cujo objeto de direção do interesse extrovertido nem sempre são pessoas ou os produtos delas. Entender melhor a diferença estrutural entre Si-inferior e Te-inferior certamente ajudará. No caso do ISFP, o irmão de dominante do INFP, a discussão deve diferenciar Se de Ne e Si de Ni. O que pode ajudar é que as expressividades do ISFP costumam ser um pouco mais “universalizantes”, visto que a Se trabalha de forma bem objetiva com o que a coisa é, enquanto a Ni, mesmo muito subjetiva, tem tendências universalizantes dos símbolos com os quais tem contato. Enquanto isso, o que o INFP cria é duplamente subjetivo, porque qualquer produção estética passa pela Si, que é a subjetivação das experiências sensoriais.
O terceiro caso é ilustrado pelo ISTJ, outro tipo muito propenso a se considerar INFP, mas que reflete a confusão de estereótipos gerais do tipo e pode se estender a qualquer tipo com pensamento alto. Possuindo as mesmas funções que o INFP, o ISTJ pode se identificar a fundo com as melhores descrições das funções, se não levar em conta a estrutura diferente dos IJ com os IP. Muitos ISTJ, fugindo de estereótipos exagerados do tipo, se encontram bem nos estereótipos genéricos do INFP, ao mesmo tempo em que se veem nas funções. Muitos se veem como procrastinadores, sensíveis e criativos, inclusive no sentido de criação de histórias e mundos fantasiosos, coisa que é presente em vários ISTJ famosos. Em última instância, qualquer pessoa que passe ou tenha passado por um período mais sensível, reflexivo, tímido e fantasioso pode virar mistype de INFP, ainda mais se baseia suas opiniões a partir do teste.
O tipo ISFP recebe grandes vazamentos das tendências de mistype, principalmente aquelas do INFP. Isso significa que, graças ao teste, qualquer pessoa que por acaso não tenha caído no viés intuitivo pode desembocar no ISFP, contribuindo para que esse seja o sensorial com os estereótipos mais afrouxados, junto do ISTP, indo na contramão dos outros 6. O estereótipo mais geral e diferenciado do tipo é aquele que pinta o ISFP como um artista nato, particularmente em desenho, pintura, música ou fotografia, como foi dito na seção “combatendo estereótipos” do tipo. Não é difícil que qualquer tipo se identifique com isso, já que a arte pode correr nas veias de qualquer um. De resto, os padrões de mistype tendem a acompanhar a lei geral. Os ESFP e os ISFJ são provavelmente os tipos com mais presença nos mistypes de ISFP. ESFP por confundirem introversão social de introversão junguiana (ou, muitas vezes, por serem extrovertidos também socialmente, mas não perceberem, por quererem se identificar com introvertidos sociais) e por gostarem de arte, coisa que não é contemplada pelo estereótipo de seu tipo. ISFJ porque, além da tendência dos testes de enviesarem para a letra P, é importante mencionar a grande frequência do tipo na sociedade, o que os faz marcarem presença no ISFP mesmo sem funções em comum. No caso dos outros tipos, como dito, segue a lei geral: ISTP considerando-se ISFP possivelmente por se ver como sensível ou artístico. Reverberando em menor grau, o ENFP, o INFP e outros tipos podem marcar presença aqui, embora o viés intuitivo dificulte isso. Um destaque interessante deve ser feito ao ISTJ, um tipo cujos estereótipos o afastam muito dos do ISFP, mas que pode com muita facilidade se ver como sensível, artístico e procrastinador, além de facilmente poder se ver no Fi, sua função terciária. A desconstrução dos estereótipos de seu tipo será o passo importante para que o ISTJ se veja como tal.
Competindo atualmente com o INFP pela concentração dos mistypes, o INTP também possui, hoje, a capacidade de aglutinar com facilidade quase qualquer pessoa que passar pelos testes tipológicos. Para entender melhor os mistypes relacionados ao tipo, aqui é importante entender o estereótipo geral que o INTP tem na comunidade tipológica: o de “nerd” inteligente e preguiçoso. Embora nem todas as pessoas que passam por mistype como INTP identificam-se com essas três palavras, elas são fundamentais para se entender as distorções e generalizações a respeito do tipo. Elas correspondem ao “núcleo duro” dos estereótipos de INTP e guiam as pessoas dos mais variados tipos a ele, mesmo quando sentem que divergem dele. Os INTP são vistos como inteligentes, científicos, lógicos – necessariamente com uma lógica boa – e dotados de conhecimentos e informações sobre alguma coisa específica ou sobre um vasto conjunto. Também são lidos como preguiçosos, procrastinadores e dotados de uma competência inexplorada pela própria indolência. Mais além, esse núcleo duro associa o INTP a um padrão cultural específico voltado à cultura pop: quadrinhos, fantasia, ficção científica, RPG, heróis e animes/mangás. O resultado desses três estereótipos é a construção de uma imagem muito apelativa a um nicho cada vez maior da sociedade que quer se identificar com esses temas. A cultura pop está em franco crescimento de popularidade, e, portanto, cada vez mais pessoas definem sua identidade a partir dela. Acontece que, nem quando era de fato um nicho reduzido, a cultura pop era monopólio de um ou poucos tipos, mas isso é cada vez menos possível de ser associado. Já a parte da inteligência e da preguiça cumprem seu papel de abrirem mais as portas da generalização sobre o tipo: qualquer pessoa tem propensão a se encontrar nesse estereótipo na medida em que é muito difícil encontrar alguém que não se considere interessado ou bom em algum assunto. O viés de confirmação aqui pode ser pesadíssimo. Ou seja, para aquelas pessoas que se consideram “objetivamente inteligentes”, o estereótipo as acolhe porque diz-se que os INTP são inteligentes. Para aquelas que não se consideram, o estereótipo também acolhe, na medida em que elas encontram algum interesse específico ao qual se apegam, e nele se veem como lógicas, capazes e interessadas. Também como viés de confirmação, mesmo quando a pessoa estuda sobre as funções cognitivas, pode ler em fontes mais simples sobre Fe-inferior como falta de habilidade social e se apegar a isso. Parece haver, nos dias de hoje, um apego significativo a essa ideia por parte de pessoas de vários tipos. Por algum motivo, jovens de vários ambientes têm se sentido deslocados a ponto de considerarem-se deslocados socialmente ou quererem sê-lo. Isso torna fácil se apegar a uma ou outra gafe que cometeram. Embora o Fe-inferior possa incorrer nesse fenômeno com relativa frequência, ele não é suficiente para diagnosticar ninguém. Fora esses problemas mais específicos ao tipo, as leis gerais do mistype sobre vieses para I, N e P e a sobrevalorização da racionalidade lida como T são os principais fatores de pressão para mistype no INTP.
Dois dos principais tipos a serem mencionados no caso são o ISTJ e o ISTP. Um número muito grande deles passa por um primeiro processo semelhante, ao cair no viés intuitivo e se considerar INTP por gostarem de ciência ou cultura pop, por muitas vezes se sentirem deslocados socialmente ou frios, por acharem que não se interessam por temas “normais”, por procrastinarem com frequência ou por serem criativos. Os dois tipos trazem para o INTP questões muito mais factuais e concretas do que realmente lhe assiste. Note-se que “factual” não significa necessariamente “prático”. Boa parte desses ISTJ e ISTP não se enxergam na leitura muito prática, corporal ou manual que fazem da Sensação. Seus interesses teóricos, intelectuais, artísticos ou de lazer podem ser variadíssimos, mas serão lidos majoritariamente pelo prisma do concreto e factual. No entanto, a partir do estudo das funções, esses dois tipos só continuarão no mistype se se apegarem a coisas bem diferentes, já que não têm funções em comum. Os ISTP se aproximarão do Ti-dominante e do Fe-inferior, mas precisarão diferenciar Se de Ne e Si de Ni, entendendo que podem ter uma orientação bastante teórica, mas, quando ela se liga ao plano do abstrato, é feita mais nos símbolos e arquétipos regidos pela Ni. Os ISTJ se beneficiarão de diferenciar Te de Ti antes de tudo, ajudando-se ao comparar Fi e Ti igualmente. Ao descobrir isso, devem evitar a tentação de manter o viés intuitivo pulando do INTP para o INTJ. Por falar nesse tipo, encontrar pessoas em dúvida entre INTP e INTJ é bastante comum, mas elas geralmente não são de nenhum dos dois. Quando isso acontece, no caso do INTJ que se acha INTP deve entender que sua busca por “dar sentido” ao mundo é, na verdade, mais uma de dar significado, porque passa pela função irracional introvertida dominante. Outro tipo que merece destaque nesse fenômeno é o ESTJ. Assim como existem muitos ESFJ que se consideram INFP, é possível encontrar o fenômeno ESTJ-INTP quando o ESTJ, não identificado nos estereótipos muito profissionais e eficientes do tipo, faz o salto comum em testes e acaba abraçando muitas tendências de mistype de uma vez. Muitos ESTJ se veem como e são reclusos, científicos e divertidos e precisam olhar essas características em seu próprio tipo.
O caso dos ENTP que se consideram INTP é outro digno de nota, porque se centra majoritariamente na confusão clássica entre extroversão e introversão. Junto dele, o ENTP pode puxar ESTP para o estereótipo, afrouxando ainda mais os tipos. Sempre que a autoimagem do extrovertido se direciona a um objeto que não são pessoas, ele é propenso a se ver como introvertido, o que no caso do ENTP é muito frequente, dados os interesses mais comuns da Ne. Assim, qualquer Ti-aux (ExTP) que não se veja muito alegre ou expansivo ou sociável, e que alimente uma ideia de inteligência ou de estudo a interesses específicos, pode acabar se vendo no INTP.
Por fim, cabe nota o número de tipos sentimento (F) que se consideram INTP. Usuários de Ti-terciário (IxFJ) são muito propensos a se considerar INTP sempre que não se veem em descrições muito passivas, empáticas ou humanitárias de seus tipos. O gosto pelo uso da terciária compele muitos desses tipos a se verem como grandes analistas e impessoais entendedores do mundo e das pessoas. Muitos, de fato, o são. Muitos são cientistas naturais ou sociais e aproveitam seu Ti-terciário em seus interesses intelectuais. Mas identificar-se com INTP nesse caso requer algum tipo de repulsa ou desmerecimento da sua função auxiliar, seguindo a lei geral. Notar sua relação mais íntima e menos vulnerável – mais criativa, portanto – com ambientes e expectativas valorativas será crucial para eles. Por sua vez, tipos com Fi tendem a se ver mais na recusa rebelde aos “valores” externos – mas é algo que acontece mais com as estruturas, porque a função baixa deles é o Ti. Às vezes, alguns Fi-dominantes se identificam mais com descrições de Fe-inferior que os próprios Fe-inferiores, se essas descrições não contemplarem a vulnerabilidade “positiva” que o Ti-dom tem com a atribuição objetiva do valor. Esses usuários de Fi se veem como frios e lógicos, mas costumam ser apenas uma dessas coisas. Podem disfarçar isso com comentários acerca de seus interesses intelectuais, pessoalizando a situação e se cegando para seu processo cognitivo. Para eles, é sempre bom lembrar que ter interesses intelectuais e produzir boas análises acadêmicas não tem nada a ver com ter Ti-dominante.
O ISTP é um “portão” dos tipos sensoriais na dinâmica do mistype. Sendo um dos dois sensoriais mais propensos ao mistype, mas ainda vulnerável ao viés intuitivo, ele recebe muitos mistypes, principalmente de outros sensoriais, mas também envia muitos, principalmente para o INTP. O que isso faz é a perda da identidade do ISTP para aqueles tipos que se apropriam dele. O principal deles é o ESTP. Por terem as mesmas funções, a distorção não é tão grande, o que também torna mais difícil diferenciar onde ela começa e onde ela termina. Mas a presença do ESTP (e, depois, do ESFP e do ISFP) no ISTP é a amenização do que significam o Ti-dominante e o Fe-inferior, junto com a sobrevalorização da Se-auxiliar. Como o estereótipo do ESTP é pressionado a um extremo identificável por poucos, todos aqueles que se sentem menos impulsivos, menos enérgicos, menos sociáveis e menos alegres ou agressivos tendem a se ver como ISTP. O tipo ISTP passa a abrigar todos os ESTP que usam sua Se-dominante de uma forma menos exageradamente impulsiva; todos aqueles que se acham mais calmos ou estoicos ou menos dispostos a participar de 10 festas com 200 pessoas num mesmo final de semana. Esses ESTP não compreendem o peso do Pensamento Introvertido auxiliar em seu tipo e o caráter tático, analítico, “calculista” e até eventualmente mais frio de seu tipo. Isso pressiona o ISTP a ganhar uma perspectiva muito mais prática do que realmente é, ao passo que o ESTP perde suas características ou possibilidades mais analíticas ou teóricas. Consequentemente, quase todos os estereótipos positivos de ESTP são absorvidos pelo ISTP, que passa a ser um dos sensoriais mais admirados na comunidade tipológica. Por outro lado, existem ainda outros Se-dominantes, depois de o tipo ISTP absorver esses estereótipos do ESTP, que passam a se identificar genericamente com o tipo por uma atitude “durona” ou “fodona” (do inglês, badass), que é simplisticamente associada ao ISTP. Isso inclui também pessoas ESFP que, longe de se identificarem com os estereótipos também exagerados e negativos de seu tipo, acabam caindo em um tipo mais fetichizado e estável, com uma Se sobrevalorizada. Sobre esse ponto de se sentir “durão” e prático, é um fenômeno propenso a acontecer em Se-dominantes (ESxP), mas também pode atrair virtualmente qualquer tipo para o ISTP.
Além desses, deve-se dar destaque para os ISFP, já que Fi-dominantes são muito tendentes a quererem se ver como racionais, na medida em que socialmente há uma confusão entre individualismo e racionalidade (pois muitas pessoas consideram que agir segundo sua própria pessoalidade, sem interferência externa, significa racionalidade lógica, e dizem que isso é a função pensamento junguiana. Novamente, há aqui um fator de influência da leitura incorreta do sentimento junguiano como agradabilidade do sistema Big 5). Conforme a imagem criada do ISFP contém apenas os exemplos “suaves” do tipo, artísticos e abertamente sensíveis ou calmos, todos os outros ISFP podem acabar querendo se identificar como ISTP, um tipo que recebe boa parte dos estereótipos de ser fechado, competente, agressivo ou até mesmo autocentrado.
Já com o INTP, nota-se que, devido ao viés intuitivo, é raro esperar que um INTP identifique-se erroneamente como ISTP, mas isso pode acontecer principalmente quando a pessoa já compreendeu parcialmente as funções cognitivas, mas ainda se confundiu sobre seu eixo de percepção, ou quando o INTP, vindo de confusões com tipos com Ni (como INTJ ou INFJ), mantém por inércia a impressão de ter Ni, mas identificou seu Ti-dominante. É mais esperado que um ISFJ acabe se considerando ISTP, especialmente se for homem, já que a socialização masculina afasta muitos dos estereótipos mais feminilizados do ISFJ. A presença do Ti-terciário, geralmente ofuscada nos estereótipos de ISFJ (também por influência dos Fe-dominantes que sofrem mistype), junto de uma autoimagem prática, analítica e eventualmente mais individualista, pode fazer o ISFJ ou até o INFJ se ver como ISTP.
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