Há muito tempo atrás, em um reino não tão distante…
…Surgiu a tipologia junguiana. É conhecido que tipos psicológicos são teorizados desde o começo da humanidade, uma vez que o processo civilizatório precisou encontrar atalhos na intepretação social para uma convivência mais simplificada. Desde o tempo das cavernas tentamos decifrar e simplificar nossos companheiros humanos. Seja associando as pessoas aos elementos ou a fluidos corporais, catalogando expressões faciais ou criando tipologias sanguíneas. Em situações de barreiras sociais e linguísticas, a tipologia (seja MBTI, seja descobrir a personalidade pelo formato dos pés, seja qualquer método) corta caminho e cria pontes. Mas essa abordagem mais comportamental e prática da tipologia talvez seja um artifício moderno.
Quando Jung conceituou os tipos psicológicos, seu trabalho já havia sido influenciado em muito por teorias e pensamentos orientais, que inclusive foram solo fértil para que ele criasse os conceitos básicos de introversão e extroversão dentro da psicologia analítica. No oriente, diversas linhas antigas de pensamento já idealizavam a psique/consciência como essencialmente harmônica, dinâmica e contendo oposições (como o Yin/Yang). Quando Jung dedicou-se aos temas de introversão e extroversão, logo percebeu que existiam elementos opostos que constituíam o equilíbrio psíquico. Isso significa que, ao admitir que um indivíduo mantém uma atitude majoritariamente introvertida, também admitimos que há uma atitude extrovertida de igual valor atuando em oposição e criando assim o equilíbrio psíquico. Essa lógica foi a base para o que hoje entendemos e conhecemos como função dominante e função inferior, dentro da tipologia junguiana. Desse modo, a tipologia junguiana tem como objetivo estudar o indivíduo em suas particularidades entendendo e elaborando as oposições psíquicas contidas nele mesmo, a fim de ajudar esse mesmo indivíduo a atingir um grau maior de equilíbrio: a individuação.
Myers-Briggs
Katharine Cook Briggs começou seus estudos independentes de tipologia em 1917, três anos ante de Os Tipos Psicológicos ser publicado. Após ter contato com o livro, Katharine reconheceu as similaridades de pensamento entre os dois e também a grande contribuição e extensão que as ideias de Jung poderiam dar à sua própria pesquisa, motivando a elaboração da ferramenta que hoje conhecemos por MBTI. Durante a Segunda Guerra Mundial, Katharine e sua filha Isabel tentaram usar seus conhecimentos tipológicos para construir um teste psicométrico que conseguisse realocar mulheres que estavam entrando pela primeira vez na força de trabalho, trabalhando assim suas particularidades, essências e potenciais. Diferente de Jung e da tipologia junguiana, o MBTI se propôs a medir e direcionar as dinâmicas psicológicas em termos comportamentais e práticos. Seu sucesso foi tão grande que o teste continua a ser usado ainda hoje em processos de seleção empresariais e dinâmicas organizacionais e educativas.
Deixa a gente te contar um pouco de onde tiramos nossas ideias.
Discussões para entender tipologia de verdade
Dicas para encontrar o tipo e evitar o erro